Por uma psicanálise decolonial
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v23i1.786Palavras-chave:
Brasil, Colonialismo, Psicanálise, RacismoResumo
Este breve ensaio debate sobre a psicanálise brasileira. A autora questiona se temos uma teoria psicanalítica que reflita a diversidade do povo brasileiro ou se o colonialismo segue ecoando no modelo de formação da IPA. A exclusão de pessoas não brancas nas instituições psicanalíticas é facilmente observável e indica que há décadas estamos perdendo a oportunidade de diversificar nosso saber. A população brasileira é formada por 57% de pessoas não brancas e esse percentual está longe de estar representado no quadro de membros de nossas sociedades Brasil afora. Ao longo da história, o racismo estrutural silenciou sujeitos negros e indígenas, e dentro da psicanálise isso não foi diferente. Temos, em nosso país, diversos intelectuais negros e indígenas que infelizmente não são estudados em nossos institutos de formação. A proposta deste escrito é repensar o modelo de formação que está sendo oferecido, questionando desde as teorias transmitidas até os projetos de ações afirmativas necessários para combater efetivamente o racismo estrutural, fazendo com que, porventura, no futuro, possamos estabelecer uma psicanálise menos colonizada e com uma identidade própria.
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