Imigrante, um estranho lugar
a relação com a formação do eu na diversidade
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v23i1.778Palavras-chave:
Diversidade, Estranho, Formação do eu, Imigrante, PsicanáliseResumo
O autor examina o lugar do imigrante na formação do eu na diversidade. Sustenta que existe uma diferença entre pluralidade e diversidade. Salienta que a existência de pluralidade e diversidade favorece a convivência, mas que, ao invés de serem tomadas como oportunidades para enriquecer nossas relações interpessoais, podem se tornar motivo de intolerância, conflito, violência e graves violações dos direitos humanos. Exemplifica a violência e o processo de não inclusão através da obra O pássaro pintado, de Jerzy Kosinski, relacionando seu conteúdo com o que ocorreu durante o nazismo. Considera a contrapartida dessa situação social no psiquismo individual com o que descreve Freud em O estranho (1919), texto que propõe que a presença de um outro leva ao aparecimento de elementos familiares que foram recalcados e projetados neste outro, agente do horror e representante da morte. Ilustra tal situação com um breve exemplo clínico de um imigrante. Finalmente, chama a atenção na proposição de Levinas de que a manutenção da alteridade é uma forma de permitir que nossa mente possa ser fecundada pelo outro criando, dessa forma, um lugar para o estrangeiro na construção de seu eu na alteridade.
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Referências
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