A objetividade no contexto clínico
o duplo trabalho das evidências
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v6i2.157Palavras-chave:
Epistemologia psicanalítica, Trabalho de elaboração, Interpretação, ParadoxoResumo
Este trabalho sustenta que a tarefa clínica da psicanálise dá lugar a um duplo trabalho das evidências, cujo deslinde é assunto de analisando e analista. As interpretações do analista são, fundamentalmente, conjecturas em busca da representatividade e dos esclarecimentos das evidências, de forma que o analisando guarda para si – para o melhor e para o pior – o papel de árbitro epistêmico. Esse fato e a presença de paradoxos que se atravessam no caminho do crescimento psíquico referem-se, quanto à objetividade clínica, à operação contra-indutiva no deslinde de um realismo de formas ou padrões, na realidade psíquica do analisando, que se contrapõe a linearidades nascidas nos realismos teóricos. Nas vicissitudes do início de um tratamento, o material clínico ilustra a multiplicidade de níveis e os paradoxos que entram em jogo no deslinde das realidades psíquicas por parte da analisanda e do analista.
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