A construção dos laços (ou vínculos) afetivos pais/filhos

uma história de referências (repères)

Autores

  • François Marty Collège International de L’Adolescence

DOI:

https://doi.org/10.60106/rsbppa.v6i2.155

Palavras-chave:

Vínculos contínuos, Causalidade circular, Parentalidade, Marcos identificatórios

Resumo

A construção dos laços afetivos entre pais e filhos não se limita a trocas interpessoais, mas inscreve os protagonistas dessa interação em um universo de sentidos que os depassam e os englobam. O registro do reconhecimento de si é o do simbólico. É ele que organiza as relações entre os indivíduos e lhes dá sentido. A identificação à função parental, a saída da adolescência e a entrada no mundo adulto: é assim o verdadeiro acesso à parentalidade. Na época da clonagem e da exaltação narcísica, a questão dos laços afetivos que unem e co-constróem os sujeitos são bem da atualidade. Se escolhemos apresentar a construção dos laços afetivos entre a criança e seus pais como uma história de referenciais; se, por vezes, insistimos em alguns componentes podendo parecer mais técnicos que poéticos, é no sentido de colocar em evidência a complexidade dessa construção que não se saberia reduzir a uma história de amor; mesmo se, como em toda construção de vínculos afetivos entre humanos, o amor e a capacidade de amar e de ser amado estiverem no coração desse processo.

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Biografia do Autor

François Marty, Collège International de L’Adolescence

Psicólogo; Professor Universitário (Paris V); Presidente do Collège International de L’Adolescence.

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Publicado

05.12.2004

Como Citar

Marty, F. (2004). A construção dos laços (ou vínculos) afetivos pais/filhos: uma história de referências (repères). Psicanálise - Revista Da Sociedade Brasileira De Psicanálise De Porto Alegre, 6(2), 299–316. https://doi.org/10.60106/rsbppa.v6i2.155

Edição

Seção

Artigos/Ensaios/Reflexões